quarta-feira, 22 de julho de 2009

3° Campeonato de Canoa Havaiana em Cabo Frio



Conheça o Esporte


Conheça o Esporte
O Povo Polinésio A canoa polinésia ou Va´a é o povo polinésio são frutos de um processo coevolutivo causado pela necessidade de se cobrir grandes distâncias no Oceano Pacífico, berço da civilização polinésia. A colonização da polinésia, considerada por muitos como uma das maiores aventuras da humanidade, se iniciou com a utilização desta embarcação, há aproximadamente 3.000 anos atrás.

Como os polinésios não utilizavam a escrita para se comunicarem, o extenso conhecimento de navegação astronômica era passado de geração em geração. As crianças mais aptas eram escolhidas para receber os ensinamentos sobre os ventos e correntes, o vôo das aves, das passagens nos recifes e se dedicavam ao mar para sempre.

As canoas eram parte essencial na vida destas civilizações que habitaram a Malásia, Nova Guiné, Indonésia, Filipinas, Austrália, Sudeste Asiático, Sibéria e Américas, tornando-as um instrumento sócio-cultural inigualável da cultura do pacífico. Em respeito à história dessa embarcação vários rituais e tradições são mantidos até hoje como nome de embarcações, comandos a bordo e a maior parte do glossário mantém os nomes de origem polinésia ou havaiana.

O havaiano era uma língua de tradição oral. Foi posta pela primeira vez na forma escrita pelos missionários que chegaram no começo do século 19. Ensinar ou mesmo falar havaiano foi proibido no começo do século 20 e, quando se esboçou o renascimento da cultura local, em 1978, o idioma tinha quase desaparecido.

Os antigos povos polinésios também usavam embarcações de casco duplo impulsionadas por velas e faziam com freqüência o percurso Hawaii-Tahiti-Hawaii. Esse mesmo tipo de embarcação já circunavegou todo o triângulo polinésio desde Autearoa (Nova Zelândia) no sul, Rapa Nui (Ilha da Páscoa) no leste e Hawaii no norte.

Este triângulo engloba em torno de dez milhões de milhas quadradas, mas com uma unidade de terra para cada vinte de água. Por milhares de anos, intrépidos viajantes do oceano em canoas orgânicas se espalharam através do universo aquático, instalando-se em cada pedaço de terra habitável dentro desse espaço. Foi uma aventura grandiosa porque algumas dessas ilhas têm mais de duas mil milhas de mar aberto entre elas. O Hawaii foi o último a ser descoberto, talvez antes do tempo de Cristo, por navegadores das Marquesas e, independentemente, centenas de anos depois pelos tahitianos. A Hokulea ainda veleja e é aberta a visitação em Honolulu.

A embarcação que usamos no esporte Canoagem Polinésia é composta por um casco principal “Va´a” e um flutuador lateral “Ama”. A ama é presa ao casco por duas traves de madeira chamadas “Iakos”. Essa configuração permite que a canoa seja estável até mesmo em mares revoltos, permitindo assim que o praticante possa enfrentar qualquer condição navegável de mar. As originais eram feitas de Koa (árvore típica das ilhas do Pacífico) mas as de fiberglass são as mais utilizadas em todo mundo hoje.


Técnica de Remada :


A técnica é basicamente composta de 3 etapas: Alcance, Puxada e Recuperação. O alcance é etapa decisiva para um bom rendimento da remada. Deve ser sempre bem à frente, rotacionando o tronco, sem incliná-lo à frente. Deve-se manter a cabeça levantada focando no ritmo da tripulação. É essencial que todos os remos estejam entrando juntos da água.A puxada deve ser forte e sincronizada. A entrada do remo na água deve ser suave levantando o mínimo de respingos. O remo deve estar bem vertical e paralelo à canoa. A mão de cima, durante esta etapa, deve estar mais ou menos na altura da testa e a de baixo no remo a aproximadamente dois palmos do início da pá. A cabeça sempre levantada para facilitar a respiração.O remo deve sair da água quando passar pela cintura e para iniciar a etapa da recuperação , o cotovelo não pode hiperflexionar para trás, indo até o ponto onde um ângulo de 90º é formado. Ao sair da água, o remo deve estar leve e ligeiramente virado à frente para menor atrito com o vento. Esta técnica do descanso parece ínfima, mas com centenas de repetições este pequeno descanso é bastante útil.

A cadência é outro ponto chave para um bom rendimento da canoa. Ela pode variar de tripulação para tripulação, bem como de mar pra mar. Em geral ela deve ser longa, suave e forte. Para mares calmos e distâncias curtas a cadência pode ser rápida e mais curta. Para mares turbulentos e tripulação de maior peso, o ritmo tem que ser cadenciado, com tempo de remo na água suficiente para tirar proveito da força dos remadores.Apesar de erroneamente se acreditar que as pernas não são utilizadas na canoa, elas são muito requisitadas também. A perna do mesmo lado da remada deve estar ligeiramente à frente mas mantendo um ângulo de 90º para uma maior aderência com o fundo do barco. Em longas remadas os músculos posteriores da coxa e glúteos são os primeiros a doer. Exercícios complementares como ciclismo e corrida ajudam no fortalecimento.

As trocas devem ser precisas e fortes. O canto da troca deve ser alto e seco a cada 9 ou 12 remadas. A última remada, logo após o canto, e as três primeiras remadas devem ser feitas com mais potência para não se perder rendimento. Para viradas em bóias, “caçadas” laterais do 1 e/ou 2 ajudam nas curvas. A sincronia deve estar perfeita para a manobra(Uni) dar certo. Uma alimentação e hidratação adequada são fatores inerentes a um bom rendimento em qualquer esporte.


Equipe


O remo é dos poucos senão o único esporte em que todos os integrantes são requisitados para fazer a mesma coisa e ao mesmo tempo. A modalidade mais tradicional e competitiva do esporte é composta por seis remadores. Os assentos e os papeis têm nomes diferentes de acordo com sua posição em relação à canoa. Os nomes a seguir são utilizados em Kona –Hawaii e podem variar em outras regiões.


Assento 1: Noho`Ekahi (noh-ho eh-kah-hee) Também chamado Mua (moo-uh) que significa frente ou para frente. Também chamado de Ka`i (Kah-ee) – o líder da procissão e Hana Pa´a, que literalmente significa, trabalho constante e uniforme. Este não é um banco de potência. Dita o compasso do ritmo. Pode saber instintivamente como está o ritmo. Também auxilia o leme desde a proa, especialmente durante bruscas mudanças de direção. Deve estar sempre alerta com o que está à frente; nadadores, pedras, etc. Dependendo do time, Mua também chama as trocas. Pode muitas vezes anunciar mudanças no ritmo, mais rápido ou lento.


Assento 2: Noho`Elua ( noho eh-loo-uh) Significa segundo. Orienta por coaching o ritmo do 1. Tem muita responsabilidade por manter a sincronia com o 1 e não comprometer todo o barco. Auxilia nas curvas quando necessário. Quando a canoa está parada, mantém a mão esquerda no Iako para evitar huli.


Assento 3: Noho`Ekolu (noho eh-koh-loo) Algumas vezes chamado de Kahea ( Kah-hay-uh) que significa, anunciante ou o que chama. Em vários times, Ekohu chama as trocas. Parte do motor do barco com potência. Concentra-se em mover a canoa à frente.


Assento 4: Noho`Eha ( noho eh-hah) Significa quatro ou quarto. A outra parte do motor do barco. Também se concentra em mover a canoa à frente. Muitas vezes, opera o bailer (balde ou cuia) para retirar água em corridas de longa distância. Com a canoa parada, põe a mão esquerda no Iako traseiro para evitar huli.


Assento 5: Noho`Elima (no-ho eh-lee-mah) Também chamado de Pani (pah-nee) ou leme reserva ou leme assistente. Mantém olhos vigilantes na ama. Pode ter que sacrificar seu corpo pulando no Iako traseiro para evitar huli. Pode operar o bailer também. Ajuda o leme quando requisitado, usualmente em grandes ondas. Pode assumir o leme caso o leme esteja incapacitado de lemear ou em caso de homem ao mar.


Assento 6: Noho`Eono (no-ho eh-oh-no) Ho`okele ou leme. Muitas vezes chamado de Papaki`i (papa-kee-ee) que literalmente significa assento reto ou chato. Usa um diferente remo do resto da tripulação chamado, uli (oolee). O capitão do barco e tem a última palavra a bordo. Mantém a tripulação (Poe wa`a) energizada e focada no objetivo. Deve estar sempre atento a todas a condições que afetam a canoa como: Vento, ondas, outras canoas.

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